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Quem foi Tereza de Benguela

Teresa de Benguela

Teresa de Benguela foi uma líder quilombola que viveu na região em que atualmente é o município de Vila Bela da Santíssima Trindade, durante o século 18. Foi esposa de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho (também conhecido com Quilombo do Quariterê), entre o Rio Guaporé (a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia) e a atual cidade de Cuiabá.

Com a morte de José Piolho, Teresa se tornou a rainha do quilombo e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças do então governador de Mato Grosso, Luiz Pinto de Souza Coutinho. A população de 79 negros e 30 índios foi morta ou aprisionada.

Teresa comandou a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou resgatadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumentos de trabalho, já que dominavam o uso da forja. O Quilombo do Quariterê desenvolvia agricultura de algodão e possuía teares onde se fabricavam tecidos que eram comercializados fora dos quilombos, como também os alimentos excedentes.

O dia 25 de julho é instituído no Brasil, pela Lei Nº 12.987, como o Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra. “Tereza de Benguela foi uma mulher negra guerreira e símbolo da Mulher Negra no Brasil. No entanto, é necessário muito ímpeto de pesquisa para conhecer mais a seu respeito, já que sua história foi completamente ignorada e apagada. Embora em 2014 o reconhecimento oficial finalmente tenha chegado, no final das contas, Tereza ainda é mais uma mulher negra negligenciada pela história brasileira”, afirma a cordelista e escritora Jarid Arraes,